Em 2016, um pouco por todo o país, é assinalado o centenário do nascimento do escritor Vergílio Ferreira, uma das figuras mais marcantes, no panorama intelectual, do Século XX.
Évora continua a preservar a sua memória e a sua obra. Uma cidade que não o viu nascer mas que o acolheu e serviu de inspiração para o romance “Aparição”
O autor nasceu na aldeia de Melo, junto à Serra da Estrela em 1916. Os pais emigraram para os Estados Unidos quando tinha apenas quatro anos. A sua educação foi dividida entre umas tias maternas e o seminário do Fundão que abandonou aos 16 anos. Formou-se em Coimbra em filologia clássica.
1945
Inicia as aulas em Évora, no antigo Liceu Nacional, actualmente o edifício central do Colégio do Espírito Santo da Universidade e onde foi professor até 1959.
1946
Casa, em 16 de fevereiro, em Évora, com Regina Kasprzykowski, professora de Educação Visual, nascida no Porto e de ascendência polaca.
A “Aparição”, o romance de Vergílio Ferreira, publicado em 1959, começa com um prenúncio de tragédia: Alberto Soares, o personagem do romance, chega a Évora como novo professor do liceu. Um homem de luto, sombrio e descrente ainda a refazer-se da morte do pai, acaba de entrar numa cidade católica, branca e luminosa, deixando adivinhar que a sua relação com a cidade não será fácil.
Pelo caminho, vai retratar a sociedade fechada e com várias classes sociais de uma pequena cidade provinciana em plena ditadura fascista. Mas, fundamentalmente, vai colocar em causa a relação do homem consigo mesmo.
A iniciativa conta com a apresentação do documentário “Aldeia Eterna” de Luís Godinho pela GMT produções.
A presença do Dr. João Tiago Lima da Universidade de Évora e outros convidados.